Como um nicho de mercado se pode tornar numa grande oportunidade para a Reabilitação Urbana das cidades
Depois de um crescimento de 200% a 300% em 2015, face ao ano anterior, a Uniplaces pretende crescer 500% neste ano de 2016, um objetivo «ainda mais ambicioso» que a empresa já tem atingido «e até mesmo ultrapassado em alguns meses» deste ano.
Quem o explica é André Rodrigues Pereira, Global Partnerships Manager & Country Manager for Portugal da Uniplaces, em entrevista à Vida Imobiliária, segundo o qual a empresa de aluguer para estudantes tem já 10.000 unidades de alojamento em Portugal, 6.500 em Lisboa, 2.500 no Porto e os restantes em Coimbra (150.000 a nível europeu). Está também presente em Espanha, França, Itália, Áustria, Holanda, Reino Unido e Polónia, num total de 39 cidades.
Portugal tem atualmente o maior número de alojamentos, mas «a tendência no futuro é que sejam outros países» a dominar o número de unidades «em que os mercados são muito maiores, nomeadamente Espanha, que pode ultrapassar Portugal». Por outro lado, «começamos também a ter uma oferta considerável em Londres, Berlim, Roma ou Milão».
Segundo o responsável, «estamos a beneficiar do crescimento do número de estudantes a nível internacional, ate porque o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, regista-se o aumento do rendimento médio dos agregados familiares de países como a China, com grandes populações, ou a índia. Há também mais promoção do ensino lá fora. Assim, os proprietários veem esta oportunidade de negócio».
A Uniplaces pondera expandir-se para mercados mais longínquos como os EUA, mas «ainda não em 2016. Este ano, a deia é consolidar os mercados europeus. Olhamos para fora da Europa, há várias possibilidades, como a América do Sul, a China ou os EUA, mas temos de considerar todos os fatores antes de tomar uma decisão».
Agora, a empresa está focada em aplicar a sua última ronda de investimento, de cerca de 24 milhões de dólares (21,5 milhões de euros), que soma um investimento total acumulado de 30 milhões de dólares, nomeadamente na contratação: «a grande finalidade deste investimento é recrutar mais 70 colaboradores até ao final de 2016» em Portugal, que se somam aos atuais 130. Por outro lado, «temos também já escritório em Londres e consideramos abrir noutros países. Queremos também melhorar o nosso site e consolidar a nossa presença nos mercados em que já estamos presentes».
Recentemente, a Uniplaces mudou a sua sede em Lisboa para a Estação do Rossio, ocupando agora uma área e 1.130m². A obra foi levada a cabo pela Fluxograma, com projeto de arquitetura do ateliê Paralelo Zero.
Interesse por parte dos proprietários cresce
São cada vez mais os proprietários interessados em arrendar as suas propriedades através da Uniplaces.«Temos uma equipa de marketing que comunica online, através de blogs, redes sociais, etc, tanto junto dos estudantes como junto dos senhorios interessados. Temos também equipas que gerem contas de proprietários profissionais, mas os proprietários também nos procuram», especialmente depois do último ano em que a Uniplaces teve uma maior cobertura mediática.
É gratuito anunciar na Uniplaces, e aqui está desde logo uma das vantagens para os proprietários. A empresa fica com uma percentagem do valor contratado, que varia consoante os mercados, entre os 3% e os 10% do valor contratado, abaixo do mercado tradicional, assegura André Pereira. Por outro lado, em relação aos estudantes, a percentagem varia entre os 10 e os 25% do mês de renda.
A Uniplaces aposta também em intermediar a relação entre o senhorio e o estudante, nomeadamente através de uma equipa multilingue, ou através da garantia Uniplaces: a empresa assegura a renda até ao final do contrato de 2 formas, caso o inquilino desista antes do tempo. Ou encontra outro estudante para o substituir, ou assegura o remanescente valor do contrato.
Já os preços, variam entre os 200 e os 2.500 euros por mês, sendo que as tipologias são variadas, podendo ir desde casas inteiras a quartos. Em Lisboa, a média ronda os 350 euros por quarto, no Porto os 300 e em Coimbra os 200 euros, e é esta a fração mais popular nestes arrendamentos, até porque«muitas vezes permite ao proprietário rentabilizar a casa de forma mais eficiente. Consegue extrair mais dinheiro de renda se arrendar ao quarto e não a casa toda».
As zonas mais procuradas em Portugal são as zonas turísticas, ou junto das maiores universidades. 80% dos estudantes que arrendam em Portugal são estrangeiros, principalmente espanhóis, brasileiros, ou da CPLP, que arrendam por períodos mínimos de 1 mês que podem chegar a vários anos.
Novo protocolo de colaboração com a APPII
A confirmar o crescente interesse dos proprietários no mercado universitário, recentemente, a plataforma de alojamento assinou um novo protocolo de colaboração com a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, com o objetivo de dinamizar o arrendamento universitário.
A ideia é atrair um maior número de promotores e investidores imobiliários para esta área do mercado imobiliário português, numa altura em que a comunidade de alunos estrangeiros em Portugal aumentou significativamente nos últimos anos, com mais de 34.000 estudantes não nacionais inscritos no ensino superior.
As residências universitárias privadas também fazem parte do público alvo do protocolo de colaboração entre a Uniplaces e a APPII, já que a Uniplaces tem já uma parceria estabelecida com cerca de 20 residências universitárias na zona de Lisboa.
Fonte: Vida Imobiliária